segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Hum...
Quão forte é o presente
Quão tarde é esperar
Equilibrada
Desequilibrada
Não deixo minha boca secar
É a displicente forma de ser
Ser sem formas
Ver o mundo sem forma
Ah!
Dizem que o mundo tá ai...
Já pronto pra quando eu nascer...
Futuristas ou comediantes?
Prefiro amantes
E faço com amor
o que ainda não exite
Prefiro não acreditar no manual da adaptação contínua
E assim, ter a escolha de fazer
e não ter que me adaptar à forma pronta
Prefiro,
Faze-las existir e ver a transformação de tudo que vem de mim

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Nos cantos, eu canto
canto, que canto...
o canto de todos os cantos!
eu ando...
Observo o movimento retórico das pessoas que andam "armadas"
enjauladas com seu próprio tempo
presentes mas despresentes
sérias, descontentes...
e as pessoas que andam desarmadas
livres, sorridentes...
mostram seus dentes para todos os observadores verem
O teatro pode estar presente ou ausente
Não conto o tempo em horas, minutos e segundos
O relógio é quadrado,
abstrato
o tempo é alheio
Tempo que rouba o tempo
de todos os presentes

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Tudo e uma coisa só

Aqui,
eu me sinto a vontade,
tudo interage,
distante do mundo que não sou
é tudo tão bonito,
Minha cabeça fica longe
olhando o horizonte
que beleza não se define em tão pouco
é real e irreal,
no centro de mim mesma,
sinto meu corpo,
um só corpo
que se divide em mil
Cabeça, pescoço, pernas, braços, ombros...
meus pés no chão
tudo junto e separado ao mesmo tempo
uma coisa só,
tudo é tudo isso e muito mais...

quarta-feira, 30 de julho de 2008

O Meu Olhar

O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de, vez em quando olhando para trás...
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem...
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras...
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do Mundo...
Creio no mundo como num malmequer,
Porque o vejo.
Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender ...

O Mundo não se fez para pensarmos nele (Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...

Eu não tenho filosofia: tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama, nem o que é amar ...
Amar é a eterna inocência, E a única inocência não pensar...

Alberto Caeiro

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Quando eu era criança
queria ser pintora
mal eu sabia,
que um dia
tudo pudesse mudar
que eu cresceria,
e a vida me mostrará,
a pintura de todos os dias
sem que eu precisasse pintar

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Sei que posso pular
de quintal em quintal
até onde eu possa enxergar
ver as árvores ou o mar
e a música da vida tocar

Em cada lugar
quero encontrar
o esperado inesperado
que não me alcançam às mãos
e me escapam aos dedos

Sigo em busca constante
constante busca eu sigo
sem anseio e desespero
apenas flui em meu peito
todos os desejos
imenso desejo, eu vou.
Semelhanças não me dizem nada no momento que vivo seqüências repetidas
procuro estabilidade em cima da linha exata,
Então me jogo para tentar passar de um lado para o outro
É difícil quando se olha de cima para baixo
sabendo que em um segundo tudo pode passar por mim sem eu perceber
e eu cair
Então não olho para baixo
prefiro olhar para frente
Que banal!
porque quando tremo, tenho medo
Que desleixo!
De imediato tento seguir a linha exata
sigo o eixo
Meu corpo sente,
se nega a passar
É difícil não pensar
O que faço se negar?
Que se calem todos agora,
deixa eu andar
Sigo na linha reta
sem exitar em parar.
Arte minha que procuro todo dia
estou aberta pra saciar a sede que me seca
Quando se quer
tudo pode ser
tudo se pode ter
Quando não quer
é só deixar o que é,
acontecer

Está em cada segundo de vida
passa despercebida
mas está viva
basta olhar
e não se negar
a enxergar
Tudo é vida viva
Arte,
cotidiano do dia-a-dia