sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Essa coisa que buscar ser
isso de querer ser,
é sintoma falso
não uso das palavras meus sentimentos
o que sinto brota a cada instante vivido
vivo todos eles de forma vivida
sem distancia
sem nostalgia
quero por perto o que me faz bem
percebi que a pressa me incomoda
pessoas correndo em horario de pico
isso me irrita,
não que eu prefira os acomodados,
não que eu prefira os que ficam sentados olhando pro nada esperando tudo passar,
mas os incomodados me irritam,
sem pressa e sem acomodação,
sem subversão, por favor.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

esqueci-me
afoguei-me
um dia esqueci-me
enquanto fui buscar terra pra colher fruta madura
esqueci-me
desvendei-me
e lembrei de pegar as coisas que havia esquecido no fundo do quintal
desafoguei-me e esqueci dos minutos do tempo
quero distancia do que impede a colheita
assim, o jardim de casa dá flores
e posso ouvir a música que me faz bem
só distancio,
não os nego,
são apenas escolhas,
sem mais, nem menos,
não me esqueço.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Já me disseram
pra parar de olhar
nessas horas sou mau-criada
infinita é a beleza de quem olha
olha mais do que os olhos podem enxergar
infinita é a beleza do por do sol
que brilha mais pra quem quer olhar
Já me disseram
pra parar,
deixar passar,
mas não dá,
me vejo no espelho,
me vejo no reflexo da água,
me vejo em sensações,
me vejo em multiplicidade de emoções,
às vezes me vejo um tanto anciosa,
de roer os dedos e morder a boca,
mas peço calma,
só não quero parar de olhar,
congelo momentos infinitos aos meus olhos,
uma brisa na janela,
espero a primavera.

sábado, 15 de agosto de 2009

das coisas simples
faço rima
das coisas simples
silêncio
silencia meu instante infinito de prazer
o silêncio me diz tantas coisas,
coisas infimas
tenho tantas vontades,
tenho vontade de correr
pisar na lama, me lambuzar de terra e rolar no chão
gargalhar dos pés à cabeça
sem esperar nada em troca
tenho vontade de me jogar num lago de água bem gelada
me banhar no rio,
vontades, sempre tenho...
faço de tudo um pouco
faço em silêncio
faço um barulho
faço sem cansar
faço pra descansar
faço sem querer
faço pra querer
faço no campasso
de um simples passo
desfaço o nó
faço um laço
faço.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Peço vento e água fresca
construi castelos de areia
peço vento e água fresca

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Já cheguei no ápice
topo da montanha
da onde se vê o por do sol mais brilhante e intenso de perto
e da onde se sente o vento mais frio de todos
a minha concepção do nada se resume em tudo
tirei o cabelo do rosto,
quiz entender coisas que minha mãe não mais consegue me explicar
pocurando palavras para coisas,
engraçado,
exatamente o que li no Sidarta do Herman Hesse hoje,
procurar as palavras para explicar as coisas,
verdade, as palavras não explicam as "coisas"
coisas são coisas, apenas coisas, entende?
quiz colo, como quando nasci...
desprotegida, vulnerável ao frio de fora...
sai do calor do ventre...
resnacida aos ventos do mundo que gira e não para, aqui...
insegura as vezes, confesso...
insegura de andar,
até por estar aprendendo a andar,
cair e bater a cara no chão não é legal,
pior é não ter o reflexo de por as mãos no chão quando não se tem os pés,
caminhando e cantando e seguindo a canção.