sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Vi o fim,
minha alma disse sim,
meu coração conspirou e gritou sim,
bem que se diz...
uma rosa só cresce se rega-la com água fresca e boa vontade,
se não, ela morre e vai embora em petalas secas na terra.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

No carcere do tédio,
pedi uma bebida e fui vadiar
entrei de preto onde não podia,
não era dia e eu não sabia,
nem me atentei e fiquei a cantar,
resgatei em mim o que estava escondido,
menina pequena, caminha, caminha,
sem medir palavras,
sua face te mostra,
sem espelho pra andar,
caminha menina,
sem medo de chegar...
e eu sentia falta de alguma coisa,
que não sei o que é em palavra dita significativa,
mas sei o que é em sentimento sentido,
minha essência falou alto mais uma vez...
sentir-me me faz bem,
depois de todo ocorrido...

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Essa coisa que buscar ser
isso de querer ser,
é sintoma falso
não uso das palavras meus sentimentos
o que sinto brota a cada instante vivido
vivo todos eles de forma vivida
sem distancia
sem nostalgia
quero por perto o que me faz bem
percebi que a pressa me incomoda
pessoas correndo em horario de pico
isso me irrita,
não que eu prefira os acomodados,
não que eu prefira os que ficam sentados olhando pro nada esperando tudo passar,
mas os incomodados me irritam,
sem pressa e sem acomodação,
sem subversão, por favor.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

esqueci-me
afoguei-me
um dia esqueci-me
enquanto fui buscar terra pra colher fruta madura
esqueci-me
desvendei-me
e lembrei de pegar as coisas que havia esquecido no fundo do quintal
desafoguei-me e esqueci dos minutos do tempo
quero distancia do que impede a colheita
assim, o jardim de casa dá flores
e posso ouvir a música que me faz bem
só distancio,
não os nego,
são apenas escolhas,
sem mais, nem menos,
não me esqueço.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Já me disseram
pra parar de olhar
nessas horas sou mau-criada
infinita é a beleza de quem olha
olha mais do que os olhos podem enxergar
infinita é a beleza do por do sol
que brilha mais pra quem quer olhar
Já me disseram
pra parar,
deixar passar,
mas não dá,
me vejo no espelho,
me vejo no reflexo da água,
me vejo em sensações,
me vejo em multiplicidade de emoções,
às vezes me vejo um tanto anciosa,
de roer os dedos e morder a boca,
mas peço calma,
só não quero parar de olhar,
congelo momentos infinitos aos meus olhos,
uma brisa na janela,
espero a primavera.

sábado, 15 de agosto de 2009

das coisas simples
faço rima
das coisas simples
silêncio
silencia meu instante infinito de prazer
o silêncio me diz tantas coisas,
coisas infimas
tenho tantas vontades,
tenho vontade de correr
pisar na lama, me lambuzar de terra e rolar no chão
gargalhar dos pés à cabeça
sem esperar nada em troca
tenho vontade de me jogar num lago de água bem gelada
me banhar no rio,
vontades, sempre tenho...
faço de tudo um pouco
faço em silêncio
faço um barulho
faço sem cansar
faço pra descansar
faço sem querer
faço pra querer
faço no campasso
de um simples passo
desfaço o nó
faço um laço
faço.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Peço vento e água fresca
construi castelos de areia
peço vento e água fresca

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Já cheguei no ápice
topo da montanha
da onde se vê o por do sol mais brilhante e intenso de perto
e da onde se sente o vento mais frio de todos
a minha concepção do nada se resume em tudo
tirei o cabelo do rosto,
quiz entender coisas que minha mãe não mais consegue me explicar
pocurando palavras para coisas,
engraçado,
exatamente o que li no Sidarta do Herman Hesse hoje,
procurar as palavras para explicar as coisas,
verdade, as palavras não explicam as "coisas"
coisas são coisas, apenas coisas, entende?
quiz colo, como quando nasci...
desprotegida, vulnerável ao frio de fora...
sai do calor do ventre...
resnacida aos ventos do mundo que gira e não para, aqui...
insegura as vezes, confesso...
insegura de andar,
até por estar aprendendo a andar,
cair e bater a cara no chão não é legal,
pior é não ter o reflexo de por as mãos no chão quando não se tem os pés,
caminhando e cantando e seguindo a canção.

domingo, 26 de julho de 2009

"Os cheiros da vida cotidiana assinalam a intimidade, o mais secreto do indivíduo: fragrância do corpo, dos próximos, de casa, das roupas, da cozinha e de cada espaço habitado pelo corpo"

. David Breton .
"Uma das principais funções do amor reside na descoberta do outro. Desta forma, o rosto, elemento principal de identificação, ganha importância singular, assim se explica talvez, a função do beijo que junta dois rostos, até eles formarem uma coisa só, afogando-se no olhar do outro"

.Jean-Didier Vincent.

extraído do site, opus curpus:
http://incubadora.fapesp.br/sites/opuscorpus/portugues/menu.html
Piso na areia seca contente
sobre tudo, sobre nada
eu tento explicar o caminho
mas sei que as palavras vão ao vento às vezes
é melhor deixar quieto
o silêncio me diz tudo agora,
eu me permito, deixo permitir...
permito que as coisas aconteçam
e daí vejo o que faço
só não quero não fazer nada
um tempo pra mim é o que tenho agora
respiro e me sinto leve
tão leve, que me afogo no meu próprio ar fresco
e não soluço por isso,
tudo não é uma questão de tempo,
tudo é agora, desse jeito que está.

sábado, 11 de julho de 2009

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Resolvi arrumar o quarto
Tirar tudo do armário
uma bagunça que não arrumava à tempos
fiquei desorientada,
me senti perdida
sem saber por onde começar
de um lado pro outro
comecei a andar
sem rumo,
procurei ter calma,
sem pressa,
não gosto de correr contra o tempo,
como se diz, "a pressa é inimiga da perfeição",
recolhi algumas,
joguei outras,
guardei coisas,
ri de algumas coisas insignificantes,
outras bastante significantes,
outras me vieram a lembrança, lembrei...
não escondi nada debaixo da cama,
abri a janela,
me recolhi e fui ler.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Por vezes me senti pequenina demais...
De um tamanho indecifrável aos olhos de quem quer enxergar
Sensação que até então, nem sei explicar
Vem de um susto bizarro,
aqueles que chega de surpresa,
sem avisar, sabe?
Ontem eu temia o medo,
O medo é o diagnóstico dos incrédulos,
mas temer é ter medo,
e o medo limita,
E pra crescer não quero limites,
portanto não temo.

Um dia daqueles...

Aqueles dias que parecem não existir
que não vão complementar nas minhas páginas de lembranças do cotidiano
de braços cruzados eu estava lá, á pensar
pensar em nada,
só de bobeira na beira da cama...
O dia parecia futil,
é tão ruim a futilidade,
besteiras alheias,
nada à complementar,
Tava me alimentando só de melancolia,
a futilidade é ruim,
se auto-lamentar é horrivel,
qual é expectativa de quem se auto-lamenta?
lavo o rosto,
peço vento, água fresca,
pulo da fogueira!

terça-feira, 23 de junho de 2009

uns dias atrás me perguntaram se eu sonhava...
sonho, dias sim, dias não...
quando durmo,
quando acordo,
tá em tudo,
e eu que pensava saber de tudo mesmo acordada,
acordada aqui estou,
mas não sei de tudo,
não sei de nada,
nem quero saber,
nem de um começo,
nem de um fim,
termino pra começar...
começo pra terminar...
ando com meus pés descalsos
e almejo o que é novo no bosque das emoções,
quero perceber no espaço de tempo que às vezes parece tão curto,
nem percebo passar,
às vezes infinito,
parece que nunca vai acabar,
o indefinido.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Tudo de novo

Uns dias atrás
era eu ali,
andando,
almejando,
procurando,
querendo,
tudo em linha reta,
certo,
correto,
alto,
incerto,
tropecei,
cai,
chorei,
gritei pra alguém,
não vi,
levantei,
continuei,
não fiquei ali,
Uns dias atrás,
era eu ali...
hoje aqui,
vivo,
aprendo,
descubro a vida,
doce,
amarga,
com sede de amar,
com sede de me apaixonar,
me aproximar do novo,
me encantar pelo belo novo belo encanto,
tudo é novo, de novo tem tudo.
Um consumista que consome
vê tudo que some
louco de ser normal
monótomo e parcial
a loucura da normalidade
foge da realidade
na ciência exata
são palavras vomitadas
de um cientista maluco
discrente de viver o prazer
Seu politicismo entra sem bater na porta
tudo é retórica
contraditório auditório
que aplaude acreditando nos versos tortos
do palhaço
enfeitado,
autoritário,
e a liberdade é distante
aos olhos de quem vê constantemente
o palhaço enfeitado,
autoritário,
com sua máscara,
perde o compasso dos seus passos
ah!
ideologia que guia seu rumo
alienada,
enfeitiçada,
cade sua alegria engraçada?
se entorta!
se joga!
sai do ritmo,
desritimado do compasso!

terça-feira, 5 de maio de 2009

do meu soluço...
fiz canção...
do meu desespero...
solução...
gritei o mais alto que pude
e o eco sincero suou aos meus ouvidos
por trás de montanhas de vento frio
amanhece o dia
como amanheço, eu
um desapego
um sossego...

terça-feira, 28 de abril de 2009

Agora em outra hora

De lado a lado
meu mundo calado
sem desfecho
num simples trecho
venho e escrevo
as mudanças atropelam o eixo
reviravolta em várias voltas
me envolve em seus braços
braços fortes da verdade
sinto o calor do toque
busco liberdade
liberdade não escrita
liberdade sentida
aconchegante é a sensação
do meu coração
virado para tudo
com um sorriso
de peito aberto
para o certo e o incerto
é isso...

terça-feira, 21 de abril de 2009

Depois do choro... o riso e o gozo

Esqueço de todo resto
Não quebro a cabeça em pensamentos
Grito!
liberto-me do caos
Sinto-me!
Meus impulsos oscilam
Emoções multiplicam
Observo as figuras imovéis
à quadros coloridos
Dos momentos à arte
arte de estar sendo,
estar acontecendo,
A vida segue em movimento
No centro,
centro da roda,
roda da vida
ando nos cantos de todos os cantos
Do caos iminente
à imagem permanente
de um momento impermanente
da rosa que desabroxa no tempo presente

Essência

As lágrimas que caíram,
Sumiram no rio,
No rio que corre
corrente que passa,
E a água que renova,
Me mostra a beleza do movimento
E a dança do tormento
Tudo gira e corre no mesmo tempo,
Hoje é outro dia,
Dia que não passa despercebido
São dias vividos,
Todos os dias,
Cada dia...
Danço na doce melodia
Meu corpo flutua no despertar
Sou um todo,
De tudo,
um pouco do que vivi
meus pés sentem o chão
quente e frio
frio e quente
nada é em vão
A ausência é vaga
Da presença à essência
Que quer despertar
Desperta!